Conhecer seus pontos fracos é importante para evitar derrapadas desnecessárias durante a preparação.
1) Impulsividade
De acordo com Lia, a impulsividade pode ser fatal na hora de estudar e também na hora da prova. Se o candidato não lê atentamente o que está escrito, pode ter sérias dificuldades na compreensão dos conteúdos. Essa situação pode ser ainda mais grave nas disciplinas de exatas, em que o erro de um algarismo ou sinal pode tornar toda a questão incorreta.
“É fácil imaginar as consequências disso na prova: pode comprometer a interpretação do enunciado; pode fazer com que o candidato não enxergue expressões como: nunca, sempre e todos; e pode ocasionar erros nos cálculos de questões trabalhosas, levando-o ao desespero por não encontrar a resposta”, afirma a especialista.
Lia sugere que o candidato tente respirar de forma tranquila para reduzir o ritmo e melhorar sua atenção. Nas questões, ela indica que as expressões que mudam o sentido da afirmativa sejam destacadas.
Outra sugestão é a realização de exercícios de raciocínio com contas até conseguir concluir sem erro por distração. “Com a prática, o candidato ganha a agilidade necessária para a prova.”
2) Falta de foco
“Você sai de casa para comprar uma coisa, se distrai no caminho e volta com as mãos abanando? Ou abre a internet para buscar alguma informação, abre outros links, redes sociais, e horas depois nem lembra o que ia fazer?”, questiona Lia.
Segundo a especialista, durante a preparação para
concursos, isso se manifesta como uma dificuldade para decidir qual matéria será estudada a cada dia. Outro problema é utilizar muitos materiais diferentes e ficar perdido na hora do estudo.
A especialista também lembra que algumas pessoas estudam tópicos que não serão cobrados no concurso porque acharam as informações interessantes.
Candidatos que desejam fazer todo o tipo de concurso também devem ficar atentos. “Dessa forma, ele não consegue se manter na área escolhida. Com isso, gasta tempo estudando disciplinas específicas, que só servirão para aquele concurso, em vez de sedimentar as básicas, que serão cobradas em todos os concursos da área”, diz Lia.
O resultado disso, segundo a especialista, é que quando a reprovação acontece, ele vai para o fim de uma nova fila já que o próximo concurso trará matérias diferentes e o conhecimento da seleção anterior não será aproveitado.
A colunista sugere que os candidatos escolham uma área de concursos, façam um planejamento de horário e distribuam as disciplinas em períodos de estudo durante a semana ou quinzena. Também é necessário escolher um bom material para estudo.
Quando um novo edital sair, o candidato deve avaliar se tem reais condições de aprovação. Se a avaliação for negativa, a preparação deve ser mantida até ele se sentir pronto para um novo edital.
“Não tente agarrar todas as oportunidades e decida para onde quer ir. Para chegar a algum lugar é preciso abandonar todos os outros caminhos”, completa a especialista.
3) Falta de comprometimento
“Tem gente que está sempre cheia de planos fantásticos, mas não concretiza nenhum. Vive dizendo que vai fazer isso e aquilo, mas faltam as ações”, afirma Lia.
Em concursos públicos, a colunista lembra que isso se manifesta em pequenas ações (ou não ações) do dia a dia, quando o candidato não acorda para estudar, fica nas redes sociais, não determina um horário de início dos estudos e atende ou faz ligações.
De acordo com a especialista, a solução é simples: acordar para estudar na hora determinada, ficar longe do computador e não utilizar o celular. Outra boa alternativa é avisar aos parentes e amigos qual é o seu horário de estudo e pedir que não interrompam.
“Tome as providências necessárias para estar em boas condições durante o estudo.”
4) Não se responsabilizar
“Tudo o que acontece na nossa vida é responsabilidade nossa, ou você provocou ou permitiu. Então, culpar sempre algo de fora por não estudar será apenas uma desculpa”, diz.
Para candidatos que sofrem com a falta de apoio da família, a colunista lembra que é importante tentar conquistar esse apoio, mas se não for possível, é necessário seguir em frente e continuar no projeto.
Caso o curso preparatório tenha falhas, é importante procurar outro que supra as necessidades ou aproveitar o que ele tem de melhor. “Não deixe de estudar por isso”, recomenda a especialista.
Se o candidato acreditar que a prova foi mal elaborada, que questões foram anuladas injustamente e por isso a aprovação não aconteceu, a melhor opção é se preparar melhor e conhecer o perfil da banca.
“Deixar de transferir as responsabilidades e assumir o comando da própria vida é sinal de amadurecimento. Isso vai garantir melhores resultados, porque não podemos controlar o que está fora de nós”, diz.
5) Inconstância
Alguns candidatos começam a estudar, são reprovados e param. Mais adiante, quando sai outro edital, retomam os estudos, mas não conseguem ficar bem preparados, porque o tempo é curto. E assim seguem durante anos, indo e voltando.
“Concurso público requer continuidade, mais do que qualquer outra característica. Mesmo que você cometa erros na preparação, se continuar estudando vai perceber quais são as melhores estratégias e vai chegar lá”, afirma Lia.
6) Dificuldade de lidar com frustrações
“Quem desiste dos seus projetos quando surge uma dificuldade terá sérios problemas para ser bem sucedido no caminho dos concursos públicos”, diz a especialista.
Ela lembra que o edital pode demorar a sair, reprovações podem acontecer (mesmo quando existe a certeza de aprovação), ou o concurso pode ser suspenso ou anulado.
“Você vai desistir? O melhor é estar preparado para isso e seguir em frente sempre, até a vaga.”
Fonte: G1