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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Comissões debatem dificuldades do esporte de base e formação de atletas



Marcello Casal Jr/ABr
Esporte - Atletas - jogadores de futebol categorias de base
CBF e alguns clubes têm dificuldades de convocar atletas juvenis; Ministério Público está de olho.
 


As comissões do Esporte; e de Trabalho, Administração e Serviço Público, com a participação da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados realizarão audiência pública com a finalidade de debater as dificuldades que envolvem o esporte de base e a formação de atletas.


A audiência pública, requerida pelo presidente da CCJ, deputado Vicente Candido (PT-SP), debaterá as dificuldades enfrentadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e alguns clubes, junto ao Ministério Público e fiscais do trabalho, na convocação de atletas das categorias Sub-15 e Sub-13.


A Casa já foi palco de discussões semelhantes envolvendo a CBF e órgãos de fiscalização. Em audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Trabalho Infantil, em dezembro do ano passado, o Ministério Público informou que recebe, frequentemente, denúncias de violações e lesões a direitos fundamentais de crianças, como saúde, escola e alimentação no mundo esportivo.


Autorização
No início deste mês (7), o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) apresentou substitutivo à Comissão Especial de Repressão ao Tráfico de Pessoas (PL 7370/14) que prevê uma série de normas para aumentar a proteção de crianças e adolescentes.


Conforme a proposta, a participação de crianças e adolescentes em espetáculos públicos, atividades esportivas e concursos de beleza dependerá de autorização do juiz e dos pais ou responsáveis.


Entre os pontos polêmicos que envolvem crianças e adolescentes no mundo do esporte estão o suposto excesso de treinos; o regime de internato em algumas instituições desportivas; e o processo migratório ligado à transferência de potenciais talentos dessas modalidades.


Morte
Depois da morte do adolescente Wendel Junior Venâncio da Silva, de 14 anos, durante teste de futebol no Vasco em 2012, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) defendeu que os sistemas de seleção e de organização das categorias de base de todos os clubes de futebol do Brasil fossem revistos.


À época dos fatos, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) prometeram intensificar a fiscalização contra a exploração de trabalho infantil nos principais times do País.


A Lei Pelé (9615/98), que institui as normas gerais sobre desporto, proíbe, por exemplo, a prática do profissionalismo, em qualquer modalidade, de menores de dezesseis anos. A partir dessa idade, a entidade desportiva terá direito de assinar contrato especial de trabalho, que não poderá ter prazo superior a cinco anos.

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