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terça-feira, 9 de setembro de 2014

Fiscalização resgata em SP 12 haitianos em trabalho análogo à escravidão em oficina de costura


SÃO PAULO - Fiscais do Ministério do Trabalho resgataram esta semana 12 haitianos em condições de trabalho análogas à escravidão em uma oficina de costura na região do Brás, Zona Leste de São Paulo. Dois bolivianos também estavam no local. Essa é a primeira vez que auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego encontram em São Paulo haitianos nessas condições.
Os fiscais chegaram à oficina após denúncia do Sindicato das Costureiras. No local, segundo o Ministério do Trabalho, os alimentos estavam acondicionados de forma inadequada. Além disso, os trabalhadores dormiam no chão, em colchões rasgados, e em quartos com paredes mofadas. A jornada de trabalho tanto dos haitianos quanto dos bolivianos chegava a 15 horas diárias.
- A oficina chegou a cortar a alimentação dos trabalhadores quando eles reclamaram da falta de pagamento - disse a auditora fiscal Elisabete Sasse, que participou do resgate.
A oficina produzia para a marca As Marias Comércio de Roupas Ltda., com sede no bairro do Bom Retiro, centro da capital paulista.
Em outra operação, os fiscais encontraram em uma oficina de costura no bairro do Mandaqui, na Zona Norte, dezessete bolivianos em condições semelhantes. Entre os trabalhadores estava uma adolescente de 15 anos grávida, que vivia sem assistência médica e não tem familiares no Brasil.
No local, as condições precárias iam desde banheiros sujos até a ausência de mesa - os trabalhadores comiam com o prato na mão-, passando por fiação exposta. Alimentos estavam guardados no chão junto com produtos de limpeza. O oficina costurava roupas para a Confecção Seike.
Após o resgate, as empresas receberam autos de infração e os trabalhadores foram ressarcidos, inclusive por danos moral e individual.
As duas empresas disseram que as oficinas eram terceirizadas e que desconheciam as condições dos trabalhadores.

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