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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Com a palavra Ricardo Resende


São recorrentes entre os concurseiros as dúvidas acerca do melhor método a ser adotado para a preparação visando à aprovação no concurso público de seu interesse. 

Obviamente não existe uma "receita" para tal. O que existem são delineamentos gerais obtidos principalmente a partir da experiência daqueles que já passaram pelo crivo do concurso público e/ou daqueles que trabalham na área como professores, convivendo com centenas ou até mesmo milhares de candidatos.

Neste sentido, posso me dirigir a você com a dupla experiência, ao passo que estou na área de concursos há treze anos, dez deles como concurseiro e três como professor.  Fiz meu primeiro concurso público no ano em que prestei vestibular para Direito, de forma que comecei junto a carreira pública e a faculdade. No último ano da graduação prestei um novo concurso, que me permitiu certa independência financeira. E, finalmente, imprimi uma preparação mais forte visando os concursos da Magistratura do Trabalho. Com alguns meses de estudo sério (sempre conciliando estudos + trabalho + família) saiu o concurso para AFT, pelo que mudei meu direcionamento e refiz meu planejamento com as devidas adaptações. Da autorização até a prova estudei o que foi possível do conteúdo programático, com estratégia seletiva. Felizmente deu certo. 

Não obstante, naquela época (2003) ainda não existia toda a estrutura disponível hoje.  Não havia praticamente nenhum livro específico para concursos, bem como nenhuma outra ferramenta de apoio ao concurseiro. Como é natural, o aperfeiçoamento deste segmento de preparação para concursos trouxe também mais dificuldades, de forma que hoje as bancas exigem mais do candidato. Proporcionalmente (consideradas as ferramentas disponíveis em cada época), acredito que a dificuldade dos concursos mais concorridos seja semelhante, mas é fato que a aprovação será muito mais difícil para o concurseiro que, atualmente, não utilize efetivamente as ferramentas disponíveis. 

E dentre estas ferramentas o planejamento é, na minha opinião, fundamental.  Você deve saber exatamente onde está, pra onde quer ir, e como (e em quanto tempo) fará isso. Há inúmeras variáveis que interferem no sucesso de um planejamento. Se você não tem o hábito de planejar sua vida, há ferramentas que podem ajudá-lo. Foi lançado recentemente, por exemplo, um livro chamado "Como se preparar para concursos públicos com alto rendimento", do Prof. Rogerio Neiva. Trata-se de um estudo científico (e não apenas baseado na experiência, como outros) acerca da metodologia de preparação para concursos públicos, o qual recomendo aos meus alunos.
De uma forma geral, e baseado na minha experiência como concurseiro e como professor, poderia tecer, entre outras, as seguintes considerações sobre a preparação para concursos: 

a) é preciso estabelecer um objetivo.  Mesmo que você não comece a se preparar para o concurso dos seus sonhos, você deve mirar firme naquele que você escolheu.  Isso não impede que você preste outros concursos no meio do caminho, dependendo da realidade concreta, mas um foco "fixo" ajuda a não ficar à deriva ao longo do processo;

b) as fontes de estudo (material escolhido para sua preparação) devem ser escolhidas conforme o seu perfil. Eu prefiro livros a aulas, mas tem gente que aprende muito mais assistindo às aulas. Alguns gostam de aulas presenciais, pela interação e pela sensação de "realidade", enquanto outros extraem o máximo das videoaulas e da possibilidade de voltar e rever determinados trechos. Sobre material básico para o estudo do Direito do Trabalho, leia em http://direitodotrabalhoaprova.blogspot.com/2010/10/material-basico-de-estudo.html;

c) a estratégia de montagem do cronograma de estudos e do próprio método também deve ser decidida conforme as suas habilidades e dificuldades, bem como conforme sua disponibilidade de investimento (de tempo e de dinheiro);

d) coloque disciplinas "mais pesadas" (e isso é subjetivo, conforme o gosto e as habilidades de cada um) em seus horários de melhor aproveitamento intelectual.  Alterne uma disciplina "humana" (um direito qualquer, por exemplo) e uma "exata" (raciocínio lógico, por exemplo), a fim de explorar diferentes formas de raciocínio, descansar o cérebro e tornar o estudo mais prazeroso;

e) evite estudar as matérias uma de cada vez (até concluir o programa daquela disciplina), porque você acabará deixando para o final aquelas com as quais você não tem afinidade, e então esta fase do seu estudo se tornará insuportável.  Além disso, é cientificamente comprovado que estudar as matérias de forma alternada potencia a aprendizagem e favorece a formação interdisciplinar;

f) abuse dos exercícios (resolução de questões de concursos anteriores e/ou simuladas) no seu programa de estudos. Acredito seja mais produtivo deixar os exercícios para o final do estudo da matéria ou, pelo menos, para um ou dois pontos adiante (por exemplo, você faz exercícios referentes ao capítulo 1 somente depois de concluir o estudo do capítulo 2 ou 3). Isso porque a realização de exercícios logo depois do estudo de determinado ponto te dá a falsa sensação de aprendizagem, pois os conceitos ainda estão na memória de curto prazo. Ao contrário, fazendo os exercícios mais tarde, você testará a acomodação do conhecimento (inclusão da informação na memória de longo prazo), bem como identificará rapidamente deficiências no método de estudo.

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