O inimigo do candidato é a banca examinadora. Para vencê-la, será necessário conhecê-la profundamente, traçando minucioso estudo de suas características, pensamentos, peculiaridades, preferências. Pensando nisso - e tendo como o objetivo de reconhecer o "inimigo" para vencer a batalha para conquistar o tão desejado cargo público -, elaborei este guia com as principais características das bancas examinadoras.
A preparação de um candidato para concurso público exige não apenas conhecimento das matérias de prova, determinação férrea para estudar até o último momento e foco absoluto na meta final da aprovação. É preciso que ele conheça também a banca que vai aplicar a prova e como ela costuma abordar cada uma das disciplinas que farão parte do concurso, a fim de responder o que foi perguntado pelo examinador e não desperdiçar preciosos pontos com respostas divergentes do pensamento da banca.
Conhecer a banca é tão importante quanto conhecer o edital, que estabelece os parâmetros do concurso e delineia o campo de estudos onde será travada a batalha pela aprovação. Por isso, o artigo desta semana trata exatamente deste assunto: um estudo comparativo entre as principais bancas de concursos públicos do país, que mostra o comportamento de cada uma em quatro áreas fundamentais de praticamente todas as seleções que vêm por aí: Língua Portuguesa, Direito Administrativo, Direito Constitucional e Informática.
A metodologia é a primeira grande diferença que se verifica na correção das provas entre o Cespe - a principal banca de concursos públicos do país - e as demais bancas examinadoras. O Cespe utiliza, basicamente, o sistema de Certo ou Errado, o que significa que o candidato tem 50% de chance de acertar cada resposta. A banca adota o sistema de correção em que cada resposta errada anula uma certa - o que leva o candidato a pensar duas vezes antes de "chutar". O teste também pode ser de múltipla escolha, privilegiando o raciocínio interdisciplinar, o que exige uma um amplo conhecimento das matérias do concurso.
Outra forte banca examinadora de concursos públicos é a Esaf. Ela trabalha com nota mínima na prova e nota mínima no grupo de provas. Suas provas são de múltipla escolha, com cinco alternativas de resposta, o que dá ao candidato 20% de chances em cada questão. E, nesse sistema, em que a resposta errada não anula a certa, ele pode até arriscar o "chute", quando não souber a resposta, pois se não acertar perderá apenas o ponto da resposta errada.
Vamos, então, seguir com o estudo comparativo entre as bancas pela matéria que está presente em todos os concursos e, em geral, é a de maior peso na nota final: Língua Portuguesa.
Na questão da abordagem do assunto, por exemplo, o Cespe tem um pensamento mais "moderno" em termos de visão linguística. A Esaf, por sua vez, é mais estruturalista; e a FCC (Fundação Carlos Chagas) valoriza a gramática normativa, a regra. Já a FGV privilegia estudos sintáticos ligados ao texto; a Iades dá ênfase à gramática normativa e à lingüística textual. A Consulplan também prefere a gramática normativa, além de selecionar textos mais curtos.
Veja comparação entre bancas no tratamento de Língua Portuguesa:
CESPE:
Abordagem: Pensamento mais "moderno" em termos de visão linguística.
Características: Bons textos selecionados, autores conhecidos e temas da atualidade sobre: textos adaptados de sites da internet.
Temas recorrentes: Política, Economia e decisões recentes (em artigos jornalísticos).
O que cobra: Funções dos termos QUE e SE; sinais de pontuação; concordância. Questões de acentuação/ortografia.
ESAF
Abordagem: Mais estruturalista.
Características: Exige conhecimento da lógica da estruturação
Temas recorrentes: Temas sociológicos/filosóficos.
O que cobra: Principalmente "a alternativa que continua o texto" ou "assinale a alternativa que não pode ser a conclusão do texto".
Estudar: estrutura do parágrafo, coerência e coesão.
FCC
Abordagem: Valoriza a gramática normativa, a regra.
Características: Tendência a trabalhar com questões do tipo "marque a alternativa INCORRETA".
Temas recorrentes: Autores: Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Marilena Chauí, Euclides da Cunha e outros.
O que cobra: Acentuação e ortografia vigentes (só vale a nova ortografia), verbo, vozes verbais (sempre!), funções sintáticas, concordância e regência.
CESGRANRIO
Abordagem: Entre a gramática normativa e linguística textual.
Características: Nível de cobrança mais simples.
Temas recorrentes: Linguagem não verbal, como a charge. Textos provenientes do jornal O Globo.
O que cobra: Acentuação, funções sintáticas, concordância, regência e pontuação.
FUNIVERSA
Abordagem: Linguística textual
Características: Textos de grande extensão. Há sempre a impressão de que não há uma resposta correta.
Temas recorrentes: Temas humanísticos.
O que cobra: Reescritura de textos. Uso de conectivos.
IADES
Abordagem: Gramática normativa e linguística textual.
Características: Textos longos. As questões privilegiam o conhecimento gramatical do candidato.
Temas recorrentes: Tendência: temas relacionados à área de atuação do órgão, instituição etc. Caso seja Conselho Federal de Administração, os temas serão da área administrativa.
O que cobra: Correção gramatical das reescrituras. Acentuação e ortografia vigentes. Período simples e composto. Colocação pronominal. Valores semânticos das preposições.
FGV
Abordagem: Estudos sintáticos ligados ao texto.
Características: Textos bem trabalhados e vocabulário repleto de linguagem metafórica.
Temas recorrentes: Políticos e Econômicos.
O que cobra: Orações subordinadas e coordenadas; uso de conectivos. Cobrança de vocabulário.
CONSULPLAN
Abordagem: Gramática normativa. Textos pequenos.
Características: Não contextualiza a cobrança dos conhecimentos gramaticais ou contextualiza pouco.
Temas recorrentes: Sociologia e direitos humanos. (O Globo e textos poéticos).
O que cobra: Colocação pronominal,pontuação,período simples e composto,acentuação e ortografia, uso de vocábulo,crase.
Agora, vamos ao Direito Administrativo. Qual é o doutrinador mais citado pelas bancas na área que é minha especialidade e que leciono para concursos públicos há mais de 22 anos? Se você respondeu Maria Sylvia Zanella DI PIETRO, acertou a questão. Confira outras informações:
CESPE
Doutrina: Sim - Muito
Jurisprudência: Muito (sobretudo do STF e do STJ)
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Celso Antônio Bandeira de Mello e José dos Santos Carvalho Filho.
ESAF
Doutrina: Sim - Muito
Jurisprudência: Sim, principalmente STF
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Celso Antônio Bandeira de Mello
FCC
Doutrina: Sim
Jurisprudência: -
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Hely Lopes Meirelles e Maria Sylvia Zanella Di Pietro
CESGRANRIO
Doutrina: Sim
Jurisprudência: Pouco
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro
FUNIVERSA
Doutrina: Sim
Jurisprudência: Sim
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro
FGV
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: STF e STJ
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Hely Lopes
CONSULPLAN
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: Pouco ou nada
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Hely Lopes e Maria Sylvia Zanella Di Pietro
IADES
Doutrina: Sim (metade)
Jurisprudência: Pouco ou nada
Lei seca (texto legal): Muito (metade)
Autores mais citados: Hely Lopes e Maria Sylvia
O Direito Constitucional é outra disciplina de grande peso em inúmeros concursos públicos. A comparação entre as principais bancas de provas para concursos mostra que, nesta matéria, o autor mais citado é Alexandre de Moraes. Saiba também como os examinadores se comportam quanto aos conteúdos de doutrina e jurisprudência:
CESPE
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: Muito
CF "seca": Muito
Autores mais citados: Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes
ESAF
Doutrina: Muito
Jurisprudência: Médio
CF "seca": Muito
FCC
Doutrina: Médio
Jurisprudência: Pouco
CF "seca": Muito
Autores mais citados: José Afonso da Silva e Alexandre de Moraes
CESGRANRIO
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: Pouco
CF "seca": Muito
Autores mais citados: -
FUNIVERSA
Doutrina: Médio
Jurisprudência: Pouco
CF "seca": Muito
Autores mais citados: Pedro Lenza e Alexandre de Moraes
FGV
Doutrina: Muito
Jurisprudência: Pouco
CF "seca": Muito
Autores mais citados: José Afonso da Silva
CONSULPLAN
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: Pouco
CF "seca": Muito
Autores mais citados: Alexandre de Moraes
IADES
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: Médio
CF "seca": Muito
Autores mais citados: Pontes de Miranda
A preparação de um candidato para concurso público exige não apenas conhecimento das matérias de prova, determinação férrea para estudar até o último momento e foco absoluto na meta final da aprovação. É preciso que ele conheça também a banca que vai aplicar a prova e como ela costuma abordar cada uma das disciplinas que farão parte do concurso, a fim de responder o que foi perguntado pelo examinador e não desperdiçar preciosos pontos com respostas divergentes do pensamento da banca.
Conhecer a banca é tão importante quanto conhecer o edital, que estabelece os parâmetros do concurso e delineia o campo de estudos onde será travada a batalha pela aprovação. Por isso, o artigo desta semana trata exatamente deste assunto: um estudo comparativo entre as principais bancas de concursos públicos do país, que mostra o comportamento de cada uma em quatro áreas fundamentais de praticamente todas as seleções que vêm por aí: Língua Portuguesa, Direito Administrativo, Direito Constitucional e Informática.
A metodologia é a primeira grande diferença que se verifica na correção das provas entre o Cespe - a principal banca de concursos públicos do país - e as demais bancas examinadoras. O Cespe utiliza, basicamente, o sistema de Certo ou Errado, o que significa que o candidato tem 50% de chance de acertar cada resposta. A banca adota o sistema de correção em que cada resposta errada anula uma certa - o que leva o candidato a pensar duas vezes antes de "chutar". O teste também pode ser de múltipla escolha, privilegiando o raciocínio interdisciplinar, o que exige uma um amplo conhecimento das matérias do concurso.
Outra forte banca examinadora de concursos públicos é a Esaf. Ela trabalha com nota mínima na prova e nota mínima no grupo de provas. Suas provas são de múltipla escolha, com cinco alternativas de resposta, o que dá ao candidato 20% de chances em cada questão. E, nesse sistema, em que a resposta errada não anula a certa, ele pode até arriscar o "chute", quando não souber a resposta, pois se não acertar perderá apenas o ponto da resposta errada.
Vamos, então, seguir com o estudo comparativo entre as bancas pela matéria que está presente em todos os concursos e, em geral, é a de maior peso na nota final: Língua Portuguesa.
Na questão da abordagem do assunto, por exemplo, o Cespe tem um pensamento mais "moderno" em termos de visão linguística. A Esaf, por sua vez, é mais estruturalista; e a FCC (Fundação Carlos Chagas) valoriza a gramática normativa, a regra. Já a FGV privilegia estudos sintáticos ligados ao texto; a Iades dá ênfase à gramática normativa e à lingüística textual. A Consulplan também prefere a gramática normativa, além de selecionar textos mais curtos.
Veja comparação entre bancas no tratamento de Língua Portuguesa:
CESPE:
Abordagem: Pensamento mais "moderno" em termos de visão linguística.
Características: Bons textos selecionados, autores conhecidos e temas da atualidade sobre: textos adaptados de sites da internet.
Temas recorrentes: Política, Economia e decisões recentes (em artigos jornalísticos).
O que cobra: Funções dos termos QUE e SE; sinais de pontuação; concordância. Questões de acentuação/ortografia.
ESAF
Abordagem: Mais estruturalista.
Características: Exige conhecimento da lógica da estruturação
Temas recorrentes: Temas sociológicos/filosóficos.
O que cobra: Principalmente "a alternativa que continua o texto" ou "assinale a alternativa que não pode ser a conclusão do texto".
Estudar: estrutura do parágrafo, coerência e coesão.
FCC
Abordagem: Valoriza a gramática normativa, a regra.
Características: Tendência a trabalhar com questões do tipo "marque a alternativa INCORRETA".
Temas recorrentes: Autores: Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Marilena Chauí, Euclides da Cunha e outros.
O que cobra: Acentuação e ortografia vigentes (só vale a nova ortografia), verbo, vozes verbais (sempre!), funções sintáticas, concordância e regência.
CESGRANRIO
Abordagem: Entre a gramática normativa e linguística textual.
Características: Nível de cobrança mais simples.
Temas recorrentes: Linguagem não verbal, como a charge. Textos provenientes do jornal O Globo.
O que cobra: Acentuação, funções sintáticas, concordância, regência e pontuação.
FUNIVERSA
Abordagem: Linguística textual
Características: Textos de grande extensão. Há sempre a impressão de que não há uma resposta correta.
Temas recorrentes: Temas humanísticos.
O que cobra: Reescritura de textos. Uso de conectivos.
IADES
Abordagem: Gramática normativa e linguística textual.
Características: Textos longos. As questões privilegiam o conhecimento gramatical do candidato.
Temas recorrentes: Tendência: temas relacionados à área de atuação do órgão, instituição etc. Caso seja Conselho Federal de Administração, os temas serão da área administrativa.
O que cobra: Correção gramatical das reescrituras. Acentuação e ortografia vigentes. Período simples e composto. Colocação pronominal. Valores semânticos das preposições.
FGV
Abordagem: Estudos sintáticos ligados ao texto.
Características: Textos bem trabalhados e vocabulário repleto de linguagem metafórica.
Temas recorrentes: Políticos e Econômicos.
O que cobra: Orações subordinadas e coordenadas; uso de conectivos. Cobrança de vocabulário.
CONSULPLAN
Abordagem: Gramática normativa. Textos pequenos.
Características: Não contextualiza a cobrança dos conhecimentos gramaticais ou contextualiza pouco.
Temas recorrentes: Sociologia e direitos humanos. (O Globo e textos poéticos).
O que cobra: Colocação pronominal,pontuação,período simples e composto,acentuação e ortografia, uso de vocábulo,crase.
Agora, vamos ao Direito Administrativo. Qual é o doutrinador mais citado pelas bancas na área que é minha especialidade e que leciono para concursos públicos há mais de 22 anos? Se você respondeu Maria Sylvia Zanella DI PIETRO, acertou a questão. Confira outras informações:
CESPE
Doutrina: Sim - Muito
Jurisprudência: Muito (sobretudo do STF e do STJ)
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Celso Antônio Bandeira de Mello e José dos Santos Carvalho Filho.
ESAF
Doutrina: Sim - Muito
Jurisprudência: Sim, principalmente STF
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Celso Antônio Bandeira de Mello
FCC
Doutrina: Sim
Jurisprudência: -
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Hely Lopes Meirelles e Maria Sylvia Zanella Di Pietro
CESGRANRIO
Doutrina: Sim
Jurisprudência: Pouco
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro
FUNIVERSA
Doutrina: Sim
Jurisprudência: Sim
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro
FGV
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: STF e STJ
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Hely Lopes
CONSULPLAN
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: Pouco ou nada
Lei seca (texto legal): Muito
Autores mais citados: Hely Lopes e Maria Sylvia Zanella Di Pietro
IADES
Doutrina: Sim (metade)
Jurisprudência: Pouco ou nada
Lei seca (texto legal): Muito (metade)
Autores mais citados: Hely Lopes e Maria Sylvia
O Direito Constitucional é outra disciplina de grande peso em inúmeros concursos públicos. A comparação entre as principais bancas de provas para concursos mostra que, nesta matéria, o autor mais citado é Alexandre de Moraes. Saiba também como os examinadores se comportam quanto aos conteúdos de doutrina e jurisprudência:
CESPE
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: Muito
CF "seca": Muito
Autores mais citados: Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes
ESAF
Doutrina: Muito
Jurisprudência: Médio
CF "seca": Muito
FCC
Doutrina: Médio
Jurisprudência: Pouco
CF "seca": Muito
Autores mais citados: José Afonso da Silva e Alexandre de Moraes
CESGRANRIO
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: Pouco
CF "seca": Muito
Autores mais citados: -
FUNIVERSA
Doutrina: Médio
Jurisprudência: Pouco
CF "seca": Muito
Autores mais citados: Pedro Lenza e Alexandre de Moraes
FGV
Doutrina: Muito
Jurisprudência: Pouco
CF "seca": Muito
Autores mais citados: José Afonso da Silva
CONSULPLAN
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: Pouco
CF "seca": Muito
Autores mais citados: Alexandre de Moraes
IADES
Doutrina: Pouco
Jurisprudência: Médio
CF "seca": Muito
Autores mais citados: Pontes de Miranda
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