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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ministério do Trabalho interdita guindastes do Itaquerão e quer caixa preta

28/11/2013 - 21h30  
UOL
Após uma reunião com a Odebrecht e sindicatos, o Ministério do Trabalho e Emprego decretou nesta quinta-feira a interdição de todos os nove guindastes da obra do Itaquerão sem prazo para liberá-los. A perspectiva é de que isso demore porque há uma série de procedimentos e documentos para serem obtidos antes de garantir a segurança da operação. Com isso, a Odebrecht está impedida de trabalhar na cobertura do estádio, o que atrasará a obra.
“Pode esquecer. Vão ficar parados até que se tenha segurança da operação. Não tenho pressa para liberar'', afirmou Antônio Pereira do Nascimento, coordenador do programa de construção civil em São Paulo do Ministério, ao blog. “A obra vai atrasar com certeza. A data Fifa não me interessa, quero saber da segurança da operação.''
O estádio do Corinthians foi o escolhido para a abertura da Copa-2014. Seu prazo inicial para conclusão era 5 de janeiro de 2014. A princípio, a intenção é mantê-lo no jogo inicial.
A Defesa Civil já tinha interditado 30% da obra na área leste, onde caiu o guindaste. Agora, para liberar os guindastes, o Ministério do Trabalho vai verificar todas as documentações dos guindastes que trabalham no Itaquerão. Isso inclui manuais, consultas com operadores, entre outros papéis. A Odebrecht deve entregar isso até a próxima quinta-feira.
Só para reunir essa documentação e analisá-la Nascimento estima que serão necessários de sete a dez dias. Mas haverá outros procedimentos posteriores para verificar a gestão dos equipamentos.
Por exemplo, em relação ao guindaste que caiu, será chamado o produtor da Alemanha para explicar detalhes do equipamento. Também estão sendo consultadas as empresas teceirizadas que operavam a máquina para descobrir se há uma caixa preta do aparelho, como deveria ocorrer.
“Esse aparelho normalmente tem uma caixa preta como de avião. Estão registrados lá os últimos movimentos, parâmetros de distância'', explicou o fiscal do trabalho.
A Locar e a Liber, empresas terceirizadas responsáveis pelo equipamento, não souberam dizer se há a caixa preta. Por isso que serão chamados os alemães para descobrir se existe e onde está o aparelho.
Também será ouvido o operador do guindaste, que deve ser entrevistado na sexta-feira para explicar o que aconteceu no acidente. A informação inicial é que ele deixou o equipamento para não se ferir ao perceber que o equipamento estava caindo.
O Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil participou da decisão da interdição dos guindastes, e ficou satisfeito com o resultado final. Por isso, não pedirá o embargo da obra inteira.
“Assim, fica garantido que não haverá nenhuma movimentação de içamento de peças até que seja revista toda a operação'', afirmou Antônio Dekeredjmiam.