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sábado, 30 de novembro de 2013

Trabalhadores do Piauí resgatados da escravidão em obra da Ambev em Minas Gerais

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Junto com outros nordestinos, eles estavam em Uberlândia e sofriam ameaças no trabalho
Créditos: Repórter BrasilArmas recolhidas durante a operaçãoArmas recolhidas durante a operação
Uma operação realizada em conjunto pelos Auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) e agentes da Polícia Militar de Minas Gerais (PM) conseguiu libertar 21 pessoas que trabalhavam na obra de construção de uma fábrica da Ambev em Uberlândia, município do sudoeste mineiro. A operação aconteceu na madrugada de 18 de outubro. Ao final, uma pessoa foi detida.
Vindos do Piauí, de Pernambuco e da Bahia, os trabalhadores foram recrutados  há pouco mais de um mês, por um funcionário da RRA, empresa terceirizada pela Marco Projetos e Construções, responsável pela obra.  Nenhum trabalhador havia recebido salário. Segundo o procurador do trabalho Paulo Gonçalves Veloso, que acompanhou o resgate, havia restrição à “manifestação de vontade” dos trabalhadores. “Eles ficavam com receio de cobrar salário porque eram agredidos”, disse. Além de não receberem salário, as vítimas tiveram retidas suas carteiras de trabalho pela empresa.
A fiscalização aconteceu no alojamento onde os 21 pedreiros e serventes dormiam. Na mesma casa também estavam alojados dois superiores dos trabalhadores. Um deles chegou a ser preso pela PM por porte ilegal de armas, mas foi liberado depois de pagar fiança. De acordo com as vítimas, o homem detido e outro encarregado da obra os ameaçavam constantemente. O primeiro mantinha um revólver o tempo todo preso à sua cintura e o segundo usava uma faca para assustar os trabalhadores. Eles chegaram a agredir as vítimas com socos.
Os auditores fiscais do trabalho que participaram do resgate constataram que o alojamento estava em condições degradantes. Apontaram as péssimas condições de higiene e limpeza e falta de água potável. Além disso, a casa estava superlotada e algumas das vítimas tinham de dormir na cozinha, por falta de espaço.
NOTA
Em nota, a Ambev declarou que deve acionar judicialmente a Marco “por descumprimento das obrigações assumidas em contrato, especialmente aquelas relativas às condições de trabalho de seus empregados”. Já a construtora afirmou, também em nota, que a empresa ou seus representantes não tiveram qualquer participação no incidente.

Fonte: Repórter Brasi