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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Acidentes de trabalho – Índices alcançam números exorbitantes


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Dados da Previdência Social apontam o agravamento do quadro, com aumento de acidentes, de mortos e de pessoas permanentemente incapacitadas para o trabalho. Homens entre 25 e 29 anos são os que mais sofrem acidentes de trabalho 
Homens entre 25 e 29 anos são os mais atingidos pelos acidentes de trabalho: do total de 503.963 acontecidos com homens,90.506 ocorrências foram registradas nesta faixa etária, contra 34.856 com mulheres, confirmando a tendência já verificada nos anos anteriores. Este é um dos dados que podem ser extraídos do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2011 - AEPS, divulgado nesta quarta-feira, 24 de outubro, pelo Ministério da Previdência Social.
 
Do total de acidentes ocorridos com homens entre 25 e 29 anos no ano passado, 75.962 tiveram Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT registradas e 61.434 foram acidentes típicos, ou seja, diretamente relacionados com a atividade desenvolvida. Em todas as faixas de idade a grande maioria dos acidentes acontece com homens.
 
O AEPS revela que houve crescimento do número de acidentes de trabalho e de mortes em consequência deles no ano passado, comparado com 2010. Foram 711.164 acidentes em 2011 contra 709.474 no ano anterior. O número continua menor que em 2009, quando foram registrados 733.365 acidentes.
 
Morreram 2.884 trabalhadores em 2011, estatística maior que em 2010 – 2.753 – e que em 2009 – 2.560. Perderam a capacidade permanente para o trabalho 14.811 pessoas. Isso demonstra que mais acidentes graves estão acontecendo. A Região Sudeste foi a que mais registrou óbitos de trabalhadores, com 1.352 mortes, ou 46,9% do total. O Sudeste também responde por 54,4% do total de acidentes de trabalho ocorridos em 2011, segundo o AEPS.
 
Em 2011, 538.480 acidentes tiveram a Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT registrada, sendo 423.167 acidentes típicos – diretamente ligados à atividade profissional desenvolvida, 100.230 foram acidentes de trajeto e 15.083 foram doenças do trabalho. Não tiveram a CAT emitida 172.684 ocorrências. A Região Sudeste foi campeã em acidentes de trabalho: 387.142 ocorrências. 
 
Veja trecho do AEPS: “Durante o ano de 2011, foram registrados no INSS cerca de 711,2 mil acidentes do trabalho. Comparado com 2010, o número de acidentes de trabalho teve acréscimo de 0,2%. O total de acidentes registrados com CAT aumentou em 1,6% de 2010 para 2011. Do total de acidentes registrados com CAT, os acidentes típicos representaram 78,6%; os de trajeto 18,6% e as doenças do trabalho 2,8%. As pessoas do sexo masculino participaram com 75,3% e as pessoas do sexo feminino 24,7% nos acidentes típicos; 63,9% e 36,1% nos de trajeto; e 61,0% e 39,0% nas doenças do trabalho. Nos acidentes típicos e nos de trajeto, a faixa etária decenal com maior incidência de acidentes foi a constituída por pessoas de 20 a 29 anos com, respectivamente, 36,5% e 39,9% do total de acidentes registrados. Nas doenças de trabalho a faixa de maior incidência foi a de 30 a 39 anos, com 32,8% do total de acidentes registrados.”

Veja algumas tabelas do AEPS 2011 – 561564565 583 e 584
 
Os dados sobre acidentes de trabalho estão a partir da página 529 até a página 585. Acesse o linkhttp://www.previdencia.gov.br/arquivos/office/1_121023-162858-947.pdf
 
Campanha institucional do Sinait
O Sinait se preocupa com o tema de acidentes de trabalho e suas consequências há muito tempo. Neste ano lançou campanha institucional em que denuncia a epidemia de acidentes e o pequeno número de Auditores-Fiscais do Trabalho para atuar em prevenção nos locais de trabalho e na punição para quem não cumpre a lei.
 
A situação é muito ruim, na avaliação da entidade, pois enquanto o mercado de trabalho se aquece gerando mais empregos, o número de Auditores-Fiscais, ao contrário, diminui. Hoje são menos de três mil em atividade, e não há qualquer anúncio de concurso público por parte do governo. O pedido de concurso para 629 vagas permanece sem resposta do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, mesmo depois de a presidente do Sinait, Rosângela Rassy, ter entregue pessoalmente documentos à ministra Miriam Belchior, demonstrando as razões que justificam os reiterados pedidos de concurso e ampliação do quadro de Auditores-Fiscais do Trabalho.
 
“É incompreensível que o governo veja o número de acidentes aumentar e não tome providências para ampliar o potencial da Fiscalização do Trabalho”, comenta Rosângela. “Isso é um crime contra os trabalhadores, contra a União e contra a economia do país”.
 
Veja todos os materiais da Campanha Institucional e matérias sobre acidentes de trabalho -http://www.sinait.org.br/campanha_institucional.php