Fiscais encontram diversas irregularidades no local.
Outros 14 matadouros também foram fechados em todo o Estado.
O Matadouro Municipal de Boca da Mata foi fechado após fiscalização realizada pela Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas(Adeal), o Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério Público na sexta-feira (19). Os fiscais encontraram diversas irregularidades no local, que é localizado dentro da área urbana do município, trazendo transtornos também à população.
Durante a fiscalização, os fiscais detectaram que os funcionários do matadouro trabalham sem equipamentos de proteção individual, como botas e luvas, para matar os animais. Além disso, o abate é feito no chão, e os pedaços e as vísceras dos animais estão espalhadas por toda parte, misturados a fezes. O piso é escorregadio e não existem grades de proteção nas canaletas por onde escorre o sangue, que corre junto à água suja a céu aberto.
O fiscal estadual agropecuário da Adeal, Francisco Tavares, explica que o matadouro não atende completamente a legislação sanitária vigente. “O principal problema aqui é a localização. Fora isso, o curral onde ficam os animais é anexo à sala do abate, e a sujeira feita pelos animais acaba caindo no local onde o abate é feito. Aqui não há um técnico veterinário responsável pelo trabalho realizado”.
Um termo de interdição foi assinado pelo secretário de Agricultura do município, Valter Acioly. Ele explica que já existe um projeto em análise, para que o abate seja realizado no município vizinho de São Miguel dos Campos. “Assinamos um Termo de Ajustamento de Conduta [TAC] junto ao Ministério do Trabalho, que nos deu 120 dias para que nos adequássemos às normas. Estamos analisando, levantando preços do que vamos precisar, pois isso não é algo que possa ser feito de um dia para o outro”.
Antes do matadouro ser interditado, 70 animais eram abatidos por dia no local. A carne era destinada a açougues e o Mercado Público de Boca da Mata. Os restos dos animais eram recolhidos por um caminhão de lixo.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, do ano passado até agora 14 matadouros em condições semelhantes foram interditados em todo o Estado. Até agora, apenas quatro se adequaram às normas sanitárias exigidas.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, do ano passado até agora 14 matadouros em condições semelhantes foram interditados em todo o Estado. Até agora, apenas quatro se adequaram às normas sanitárias exigidas.
“Os matadouros desinterditados foram os de São José da Tapera, Porto Calvo,Teotônio Vilela e Batalha. Eles implantaram o abate aéreo, forneceram equipamento de proteção individual e resolveram todas os seus problemas. Nosso objetivo é que o povo alagoano coma carne de qualidade”, explica o auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego, Gilberto Vasconcelos.
O procurador do Trabalho informou que não foi firmado um termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público do Trabalho.
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