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quinta-feira, 2 de maio de 2013


Auditores-Fiscais de Campinas interditaram obras do aeroporto de Viracopos

Área do acidente em Viracopos, em Campinas (SP) - (Foto: Reprodução/EPTV)
Os Auditores-Fiscais do Trabalho da Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Campinas – GRTE/Campinas interditaram nesta quarta-feira, 1º de Maio, algumas das atividades realizadas em altura e parte das concretagens nas obras do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). A medida foi tomada depois do acidente que aconteceu na noite de terça-feira, 30 de abril, que feriu 14 operários, após a queda de uma altura de quase dez metros, em função de desabamento de uma laje em consequência da quebra de uma viga que estava sendo concretada no segundo pavimento do Pier C.
Segundo a equipe de Auditores-Fiscais que esteve no local, a interdição aconteceu por falta de piso completo, guarda corpo e rodapé nos locais de trabalho acima de 2 metros de altura, escoramento de laje em desconformidade com a Norma Regulamentadora - NR n° 18, que trata de medidas de segurança na construção civil.
O acidente aconteceu no mesmo dia – 30 de abril – em que a GRTE liberou a atividade de escavação, que estava interditada desde a morte de um operário por soterramento no dia 22 de março de 2013. Depois da liberação, no período da tarde, à noite ocorreu o acidente que feriu os 14 operários.
Irregularidades
Segundo a equipe de Auditores-Fiscais, a obra havia sido inspecionada diversas vezes pelo órgão, com várias irregularidades reiteradas como a insuficiência da sinalização, pela não demarcação com faixa reflexiva de local para trânsito de veículos à noite no canteiro de obras; vergalhões de aço com pontas desprotegidas e sendo usados como meio de segurar tela laranja de demarcação; gambiarras elétricas nos refletores que fazem iluminação noturna; escadas feitas com madeira de má qualidade; abertura no piso sem proteção; falta de isolamento de áreas com desnível, entre outros assuntos.
Acidente
Os 14 trabalhadores faziam um trabalho de concretagem no segundo andar de um bloco, nas obras de ampliação do aeroporto, quando a estrutura desabou. De acordo com o Corpo de Bombeiros, quatro operários encontram-se em estado grave e continuam no Hospital Mário Gatti, três deles estão com politraumatismos e o quarto, com traumatismo torácico. Outros quatro, com ferimentos leves, estão no Hospital Ouro Verde. Um trabalhador também permanece no hospital com uma fratura na mandíbula e pode ter que passar por uma cirurgia. Os outros trabalhadores tiveram escoriações, lesões, quebraram as costelas, membros inferiores e superiores, informa o Corpo de Bombeiros. Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU também prestaram atendimento, além de ambulâncias do próprio aeroporto. Um dos operários ficou suspenso no ar e a equipe dos bombeiros teve dificuldade para removê-lo. A corporação comunicou que os trabalhadores usavam os equipamentos de segurança, e isso evitou que o acidente fosse ainda mais grave. 

Histórico

Para os Auditores-Fiscais de Campinas, as ações fiscais realizadas pelo órgão na área contribuíram para amortizar o acidente, uma vez que, a partir das interdições em altura, os operários começaram a utilizar itens de segurança. A GRTE realizou, no dia 25 de abril de 2012, durante a Semana da Construção Civil, uma vistoria no canteiro do aeroporto de Viracopos, que resultou na interdição de atividades em altura e instalações elétricas precárias.
No dia 5 de outubro de 2012, o órgão, em conjunto com o Ministério Público do Trabalho – MPT, numa reunião com os representantes do Consórcio Construtor de Viracopos, acordaram vistoria em intervalos de 45 dias. Na ocasião, o Consórcio recebeu 43 autos de infração.
No dia 22 de março de 2013, houve um acidente de trabalho por soterramento que atingiu dois trabalhadores, e um deles morreu. No mesmo dia, a equipe da GRTE vistoriou novamente a área e interditou atividades de escavação, drenagem com assentamento de tubos de concreto em área escavada, atividade em altura na Grua do Pier C. Os autos das irregularidades estão em fase de elaboração.
Com informações de Auditores-Fiscais do Trabalho da GRTE/Campinas, da Folha de São Paulo e do G1 Campinas e Região
SINAIT

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