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domingo, 12 de maio de 2013

Paraguaios e bolivianos são escravizados em MS


A exploração do trabalho escravo de bolivianos e paraguaios no Brasil, principalmente em Mato Grosso do Sul, é uma prática que muitos empresários ainda insistem, principalmente devido à falta de uma fiscalização mais rígida. As carvoarias existentes na região de fronteira com esses dois países, são as que mais praticam esse crime, que se verifica também em algumas indústrias de açúcar e álcool.
A denúncia é do procurador do trabalho, Cícero Rufino Pereira, da Procuradoria Regional do Trabalho – 24ª Região/MS, do Ministério Público do Trabalho - MPT, apresentada ontem, na abertura do 7º Fórum Sindical Sul, que reúne em Campo Grande lideranças sindicais (sindicatos e federações) dos trabalhadores nas indústrias dos Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Cícero Rufino afirmou que o trabalho forçado e o tráfico internacional de pessoas dos países vizinhos, infelizmente é uma dura realidade no Brasil. Tanto que ele faz questão de afirmar que: “na cadeia produtiva do aço e ferro gusa tem trabalho escravo”. Afirmou também que devido à grande extensão de terras no Estado, fica muito difícil uma cobertura eficaz da fiscalização. Além disso, “faltam fiscais para atender o Ministério Público do Trabalho. Faltam mais procuradores e mais servidores”, afirmou Rufino.
O procurador informou também que as irregularidades são tantas junto a inúmeras empresas no Estado, que ele citou o caso de uma delas, preferindo apenas não citar o nome, mas que presta serviços na área de construção civil para o programa PAC, do governo federal. O MPT lavrou nada menos que 77 autos de infração contra ela que vinha cometendo inúmeros abusos principalmente contra trabalhadores.
DOENÇA OCUPACIONAIS – O 7º Fórum Sindical Sul, que está sendo realizado em Campo Grande desde ontem e que vai até amanhã, sexta-feira, tem discutido vários outros temas. Um deles, levado a debate hoje pela manhã, foi sobre “Acidentes de Trabalho – Doenças ocupacionais”, que teve como palestrante Roberto Ruiz, médico sanitarista e do trabalho e consultor em saúde do trabalhador do Sindicato Químico Unificado. Ele criticou a falta de infraestrutura (mobiliária inclusive) nas indústrias e comércio, que facilitam o agravo dos casos de LER (lesão por esforço repetitivo) e de doenças ocupacionais.
Roberto Ruiz afirmou que o campeão de motivo do afastamento de empregados da indústria é a tendinite e em segundo lugar são os transtornos psíquicos. “A estimativa é de que hoje, no setor industrial brasileiro, e aqui em Mato Grosso do Sul não deve ser diferente, é de que 20% dos trabalhadores estão doentes”, afirmou.
Outros temas serão debatidos no período da tarde e nesta sexta-feira pela manhã. Presentes ao encontro, José Calixto Ramos, presidente da CNTI (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias) e lideranças de sindicatos e federações de trabalhadores nas indústrias dos Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás.
José Roberto Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Mato Grosso do Sul – FTI/MS, anfitrião do evento, fez um balanço positivo dos trabalhos até o final da manhã desta quinta-feira. “Os temas levantados aqui foram muito importantes e isso vai ajudar a todos para que tenhamos conhecimento da realidade dessas regiões e do Brasil. Além disso, podemos aprender muito aqui para que tenhamos um movimento sindical mais forte na defesa dos interesses dos trabalhadores”, afirmou.
De acordo com a programação, no início da tarde será discutido o tema: “Mulheres e jovens na atividade sindical”, que terá como palestrante a deputada Ângela Albino (PCdoB/SC); “Plano Brasil Maior”, que vem logo em seguida, será abordado pelo deputado federal Zeca Dirceu (PT/PR).
Amanhã (10) os trabalhos recomeçam às 8h30 com “pauta unificada” e o palestrante será Idemar Martini. Depois haverá debates, trabalhos em grupo e apresentação e conclusão dos trabalhos, finalizando o 7º Fórum Sindical Sul.

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