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sexta-feira, 16 de novembro de 2012


Pressões e más condições de trabalho causam adoecimento mental a milhares de trabalhadores

Muitas vítimas são levadas ao suicídio
 
Pressões, imposições de metas abusivas e cobrança por produtividade são alguns dos exemplos de assédio moral sofrido por trabalhadores da iniciativa privada e do setor público. Relatos de trabalhadores mostram que esta é uma prática cada vez mais comum e, quando denunciada, de difícil caracterização e comprovação. Seus efeitos na autoestima, na produtividade e na vida pessoal do trabalhador são de grandes proporções, causando transtornos mentais e até mesmo levando ao suicídio.
 
Hoje, as pessoas passam mais tempo nas empresas do que em casa. Por isso, a qualidade nas relações de trabalho é fundamental para o equilíbrio mental e têm ligação direta com o estado emocional dos trabalhadores.
 
As causas mais frequentes
As condições de trabalho, as jornadas prolongadas, a falta de tempo para a realização das tarefas laborais, ausência de pausas para descanso, a pouca valorização do trabalhador, a participação insatisfatória destes nas decisões das empresas e o medo do desemprego, são apontados como fatores que contribuem para o aumento de distúrbios psíquicos entre os trabalhadores.
 
Outro problema comum que leva ao adoecimento é a exploração da força de trabalho do indivíduo, passando a ideia de que ele deve doar-se completamente ao trabalho. Essa situação é “distorcida” pelas empresas quando conseguem convencer o trabalhador de que não há interesses conflitantes e que tanto ela (empresa) quanto o empregado têm os mesmos interesses. Segundo a médica Maria Maeno, da Fundacentro, o empregado sente-se na obrigação de esforçar-se ao máximo e que menos do que isso geraria sentimento de culpa no trabalhador.
 
Os Auditores-Fiscais do Trabalho buscam identificar o problema nos ambientes de trabalho, mas dependem dos relatos dos trabalhadores e de análise profissional para constatarem que o ambiente de trabalho gera transtornos mentais, que podem ser diagnosticados e relacionados ao trabalho. Dessa forma, grande parte dos casos de adoecimento mental não são tidos como acidente de trabalho e a maioria dos empregados acaba se afastando sem que tenha sido caracterizado como tal. Com isso, esses trabalhadores são privados de receber o benefício previdenciário a que teriam direito.
 
Alto índice de aposentadorias
Em 2011, foram concedidas 15 mil aposentadorias por invalidez a trabalhadores vítimas de adoecimento mental. A depressão também foi causa de afastamentos e, por causa dela, foram concedidos 82 mil auxílios-doença em todo o país. Até 2020, a depressão, segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, será a segunda causa de incapacidade para o trabalho.
 
Este é um assunto muito frequente no mundo do trabalho, com o qual os Auditores Fiscais do Trabalho se deparam nas empresas e que tem sido objeto de denúncias e ações judiciais. Sem uma legislação específica, os juristas encontram dificuldades para julgar esse tipo de crime.
 
De acordo com matéria publicada no Jornal Brasil de Fato, os profissionais que mais sofrem com o estresse são os bancários, docentes, teleoperadores, condutores de ônibus, profissionais da área da saúde, da extração de minério de ferro, de confecções de roupas íntimas e do comércio em geral.

Fonte: SINAIT