Pesquisar neste blog
terça-feira, 16 de outubro de 2012
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – UM SERVIDOR DA JUSTIÇA SOCIAL
...
Um dos maiores desafios da Auditoria Fiscal do Trabalho é o de conduzir as pessoas que
procuram os nossos serviços fiscalizatórios a sua realização no tocante à postura escorreita no
enfrentamento das infrações e irregularidades laborais auferidas.
Evidente que a fiscalização do trabalho encontra na pessoa do trabalhador, a justificativa
primordial de sua existência, mas não pode de forma nenhuma excluir a do empregador, na
medida em que sua ação o atinge também. Com imparcialidade e respeito que ambos
merecem.
A Auditoria do Trabalho é por certo a atividade estatal que tem por escopo garantir o
cumprimento da ordem jurídica trabalhista hodierna.
Estamos no limiar de um novo ano que se avizinha (2011), nada destrói a motivação mais
rapidamente que um trabalho aborrecido e sem qualquer desafio. Não permitamos
estagnarmos, mas sim, crescer através do domínio de novas aptidões. O espírito de
comunicação aberta e a partilha de informações constituem um esteio ainda maior quando
passam a ser parte integrante do modo de trabalhar.
Não nos deixemos ser dominados pelo medo e pela omissão. Não percamos de vista a
objetividade e a transparência de nossas ações fiscais ungidas.
O desempenho e a atuação de cada Auditor do Trabalho têm mais implicações e
conseqüências do que normalmente se imagina. Para tanto, é fundamental conhecer os
objetivos e metas traçadas pelo Órgão máximo, destarte identificando a importância de nossa
atuação e comprometimento no dia-a-dia fiscal, com empregados aflitos, tristes, sedentos de
justiça, é que daremos uma resposta altiva, serena e competente.
Uma das formas de suprirmos essas desigualdades aviltantes é procurar fazer algo pelo nosso
próximo, já que governo algum no mundo resolve os problemas sozinho.
Daí a importância e a magnitude do Auditor Fiscal, praticar a responsabilidade social é o
compromisso e continuidade de assegurar que os direitos sejam acatados, aqueles que são
lesados.
O nosso dever de Auditores Fiscais do Trabalho no cenário atual continua o de zelar pelo
direito dos obreiros, observando e fazendo cumprir a legislação trabalhista, de segurança e
saúde no trabalho (com ações de orientações preventivas, interditar e embargar obras que
demonstrem riscos e perigos aos trabalhadores). Não fazer qualquer distinção, seja do gênero,
de classe social, raça, religião e sexo. Combater tenazmente o labor escravo que é uma chaga
secular ainda em prática, a erradicação do trabalho infantil uma forma cruel de exploração, o
roubo privatizado de uma infância, a inclusão de pessoas com deficiências no mercado de
trabalho discriminadas por séculos, e hoje já se inserem essas pessoas eficientes, passaram a
ser reconhecidas pelo trabalho efetuado.
Sem demérito de outros órgãos fiscalizadores, o fundo de garantia por tempo de Serviço e as
contribuições sociais para o FGTS, êxito e conquistas foram alcançadas após a auditoria do
trabalho labutar nesta tarefa. O assédio moral e íntimo são angústias enfrentadas pela auditoria
por atingir a dignidade do ser humano. Enfim, são muitas atribuições em todas as profissões
em que o obstáculo ao regramento legal permissivo laboral esteja presente. É o Auditor Fiscal
do Trabalho, profissional com conhecimentos largos sobre os assuntos, treinamentos
cultivados, cursos diversos e atuais são inerentes a função, porquanto às relações de trabalho,
por serem dinâmicas e cambiantes, como a economia na qual se inserem, não se adaptam à
rigidez das codificações, sempre imaginadas como obras duradouras, resistentes à passagem
do inexorável tempo. Cumpriremos com o nosso encargo constitucional (CF/88, Art 21, XXIV) e
de cidadão em busca percuciente da paz social.
A satisfação do povo nos enobrece, o empregado registrado, as férias pagas no prazo legal, o
equipamento de EPI’s atendidos, o pagamento das verbas rescisórias sem maquiagens ou
enganos, o FGTS sendo depositado regularmente, o salário pago sem atraso, são sinalizações
de conforto que nós Auditores compartilhamos com os hipossuficientes. Não podemos
desconhecer nossos parceiros, os sindicatos tantos patronais como o dos trabalhadores, o
valoroso parquet, Ministério e Procuradoria do Trabalho com irrepreensível atuação nas
deslindes, são associados eminentes nesta cruzada social cotidiana.
O Ministério do Trabalho e Emprego tem se desdobrado em esforços tanto para nos dar
melhores condições de trabalho, como também conhecer as reivindicações e as justas
necessidades dos empregados e criar um campo favorável ao entendimento entre patrões e
empregados. O grande Descarte proclamava “o bom senso é a coisa mais bem dividida do
mundo, pois cada qual julga estar tão bem dotado dele mesmo que os mais difíceis de
contentar-se em outras coisas não costumam desejá-lo mais do que possuem”. Evidente que
na clássica função de verificar o cumprimento das normas de proteção na CLT, regulamentos,
convenções coletivas, o auto de infração pode ser exarado, corresponde ao flagrante de uma
infração, comprovação material de um fato que viole ou infrinja disposição de Lei. É o último
apelo que o Auditor realça após orientações prévias. Defesas e recursos são firmados e após
cuidadosas análises sem corporativismo é confirmado ou não a peça vestibular autuatória.
O Auditor do Trabalho é um mero servidor da justiça social, presente nas pugnas habituais
dentro do ambiente do trabalho e com prerrogativas que o cercam. Deve agir com urbanidade,
paciência e decência, ouvindo as partes, examinando documentos e aduzir a solução, com
sanções ou sem sanções, pois cada fiscalização parece uma estrada nova com empecilhos e
entraves a ser explorada.
Convém registrar, que o imperativo jurídico, traduzido pela norma, impõe padrões de
comportamento ou de organização aceitos pelos grupos sociais, que é mister respeitar tanto
empregadores como empregados.
O Auditor do Trabalho também sofre, é perseguido e até executado solertemente, o exemplo
de Unaí-MG 28/01/2004 ainda é efervescente, até hoje, os sicários gozam de liberdade. Mas
pregamos em voz alta e abertamente (Mateus X-27). Há ordem na sociedade, quando esta
está convenientemente adaptada à sua própria finalidade, que é o bem comum. Mas alguns
não aceitam ou não querem aceitar, criam suas próprias regras ou até leis, são soberanos e
senhores da vida e da morte. “Caminhante, não há caminho. O caminho se faz ao passar”
– O grande Sócrates ilustra o desempenho do cargo do Auditor do Trabalho.
O trabalho é a questão mais premente e atormentante deste País. Chave e centro da questão
social, como disse o Papa João Paulo II, na Laborem Exercens “o trabalho é um bem do
homem- é um bem da sua humanidade- pois só através do trabalho o homem não apenas
transforma a natureza, adaptando-a a suas necessidades, mas também se realiza a si mesmo
como homem e até, em certo sentido, mais se desenvolve no sentido de sua humanização”.
Uma das falhas essenciais da nossa formação histórico-cultural parece resultar de incompleto
reconhecimento do valor e do significado do trabalho, e da reduzida importância que se tem
conferido à pessoa do trabalhador.
Ao final, conclamamos aos Auditores Fiscais do Trabalho do Brasil reconhecidos pela OIT
(Organização Internacional do Trabalho), que executem suas tarefas com eficácias, sejamos
ícones da persistência e resistência no embate capital-trabalho. Seremos eternamente gratos
pela confiança e consideração depositada. E quando cada um procura cumprir sem indecisão
ou inação suas responsabilidades dentro do tempo esperado, melhores serão atendidas as
expectativas de todos que nos solicitam. Juntos levantemos as mãos para exclamar adeus ao
pessimismo.
A hora é de coragem e fé, afinal somos apenas Auditores, servidores da justiça social e nossa
esperança que é o maior dos riscos é que a justiça plena alcance a todos.
Sou um eterno sonhador.
Auguro pela balança da justiça, transformador
O Direito prevaleça com louvor
Auditores lutem por isso com fervor.
JOÃO B. AGUIAR NETO
Auditor, analista de processos e de recursos fiscais, poeta, professor e escritor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário