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domingo, 23 de setembro de 2012

Noticias sobre NR 35


Na próxima década, a produção de grãos no Brasil deve crescer 21,1%, segundo o estudo “Brasil – Projeções do Agronegócio 2011/2012 a 2021/2022”, publicado pelo Ministério da Agricultura. Neste contexto, torna-se cada vez mais importante saber como prevenir acidentes em silos e armazéns, já que mais pessoas devem trabalhar nesses ambientes confinados devido ao aumento da produção.
Ricardo Yorgos, consultor e diretor-presidente da Yorgos Ambiental – empresa especializada na detecção de gases em espaços confinados –, explica que os acidentes em silos e armazéns podem acontecer devido a explosões, asfixia, toxicidade ou engolfamento e que a prevenção é fundamental para diminuir os riscos e os danos. Afinal, lembra o consultor, esses acidentes podem ser fatais. “As normas regulamentadoras e as leis são cada vez mais rígidas para que esses acidentes sejam menos frequentes”, afirma. 
O engolfamento acontece quando, abaixo de uma camada de grãos, forma-se um espaço oco ou vazio. Quando o trabalhador pisa sobre esses locais, ele “cai” no espaço oco, sendo “engolido” por quilos ou toneladas de grãos que se movem para ocupar aquele espaço vazio. Já a asfixia acontece quando há falta de oxigênio no local – já que os silos e armazéns são ambientes fechados.
Yorgos explica, ainda, que existem duas causas para as explosões. Uma delas é o acúmulo de metano no ambiente. O metano é um gás inflamável, resultante da decomposição ou fermentação natural dos grãos. Como o ambiente é confinado, o metano se acumula e pode gerar explosões. A explosão por poeira é ainda mais grave. “As partículas em suspensão decorrentes da poeira gerada pelos grãos também são explosivas”, alerta o especialista.
Durante o processo de fermentação, os grãos também geram gás sulfídrico (H2S) e monóxido de carbono (CO), duas substâncias altamente tóxicas que podem contaminar o organismo de quem as inala. O mesmo acontece com a fosfina – substância decorrente da reação do nitrato de alumínio com o ar. O nitrato de alumínio é colocado em cápsulas junto dos grãos para impedir a proliferação de larvas e bactérias, em um processo conhecido como fumigação. O contato com essas substâncias tóxicas pode causar acidentes fatais.
Algumas atividades realizadas em ambientes confinados, como silos e armazéns, também podem causar acidentes. “Os trabalhos de impermeabilização e solda, por exemplo, muitas vezes são realizados em altura, ou seja, a mais de 2 metros do chão. Existe uma norma regulamentadora – a NR 35 – que trata desse tema específico, pois é um trabalho de risco”, exemplifica. Segundo Yorgos, a simples limpeza do local pode fazer com que a poeira fique em suspensão, aumentando o risco de explosão. A pintura de manutenção em silos e armazéns também gera vapores orgânicos, gases que podem ser tóxicos e inflamáveis.
Prevenção
O especialista explica que existem maneiras eficientes de diminuir consideravelmente os riscos de acidentes, para preservar a vida e a saúde dos trabalhadores, além de evitar prejuízos materiais. “É preciso monitorar periodicamente o gás produzido em ambientes fechados”, alerta. Para isso, existem equipamentos específicos de detecção para os vários gases que representam perigos em ambientes confinados.
O uso de EPI – Equipamento de Proteção individual – também é fundamental, tanto para realizar o trabalho em altura quanto para prevenir a intoxicação. Neste caso, a proteção respiratória deve ser utilizada de acordo com o risco existente. A linha de vida é outro equipamento fundamental para prevenir acidentes como o engolfamento. Ela consiste em um cabo de aço que suspende o trabalhador em caso de acidente, impedindo que ele caia no espaço vazio formado pelos grãos.
“As proteções são obrigatórias por lei e cada vez mais as empresas se conscientizam da importância de investir em equipamentos e em treinamento dos funcionários”, diz o consultor. Segundo ele, algumas empresas realizam inclusive testes médicos e físicos diários para verificar se os trabalhadores apresentam condições de realizar o serviço. “O trabalhador também deve fazer sua parte para preservar sua vida e sua saúde. Ele deve ter sensibilidade para perceber o risco e nunca subestimá-lo. É preciso ter treinamento constante, conhecer as práticas seguras e utilizar corretamente os equipamentos”, recomenda Yorgos. “Afinal, muitas vezes, em ambientes confinados, o perigo é invisível e inodoro”, finaliza.

(Redação - www.ultimoinstante.com. br)


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