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segunda-feira, 8 de abril de 2013


Quatro mortes de trabalhadores da construção em apenas 10 dias em Campinas e região

18/03/2013

Ministério do Trabalho assume que estão faltando fiscais para impedir a epidemia de acidentes com mortes

Escrito por: Conticom


No dia 5 de março, mais um operário da construção civil morreu após cair do nono andar de um prédio no bairro São Luiz, em Hortolândia (SP). Segundo a polícia, a vítima se chocou contra uma barreira de contenção próxima ao 2º andar do edifício. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o trabalhador não estava com equipamento de segurança.
Já em 6 de março um marceneiro de 25 anos morreu depois de cair do nono andar de um prédio em construção no bairro Cambuí, em Campinas. Edson Pereira de Jesus chegou a ser socorrido pelo Samu, mas morreu no local após a queda.
Um outro caso de morte foi registrado em Americana (SP) na sexta-feira (8). Um operário de 61 anos não resistiu aos ferimentos após um muro cair sobre ele numa obra no centro da cidade. Outros dois funcionários trabalhavam na construção no momento do desabamento, mas não sofreram ferimentos.
Ainda no dia 14 de março, um operário de 47 anos morreu após ser atingido por uma viga de madeira na cabeça em um canteiro de obras, no bairro Ponte Preta, em Campinas (SP). O sindicato informou que o operário exercia a função de encarregado e estava com todos os equipamentos de segurança, mas denuncia que faltou a proteção coletiva na estrutura, o que permitiu que a madeira que se desprendeu do 14º andar do prédio atingisse o homem. A vítima estava no térreo.
Segundo Francisco Aparecido da Silva, secretário geral e responsável por saúde e segurança do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Mobiliário e Montagem de Campinas e  Região, em um dos acidentes que ocorreu na semana passada a entidade havia pedido que a obra fosse fiscalizada já em fevereiro do ano passado.
O sindicalista lembra que a entidade tem cumprido o seu papel, denunciando as irregularidades e cobrando fiscalização mais atuante e rigorosa, o que poderia ter evitado muitas mortes.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) da região de Campinas informou que sofre com a falta de funcionários e de infraestrutura para fiscalização em canteiros de obras. Somente 11 auditores da ativa na Gerência Regional do MTE trabalham em 34 cidades. No total, seriam 30 funcionários, mas 19 não estão à disposição para fiscalizações.
O que deve acontecer nos próximos dias é uma notificação coletiva para todas as empresas por meio de uma audiência pública, convocada pelo Ministério, onde serão apresentados os itens obrigatórios para as construtoras. Além disso, a audiência pode dar ao sindicato um maior poder de fiscalização. O que, segundo a entidade, já foi feito, tendo funcionado e rendido bons frutos anteriormente